Gestar II – Avaliação do trabalho realizado

Apresentação – Seminário de Avaliação

Leitura

A leitura não se dá só na palavra expressa

Só no olho que vê

Ou tampouco na boca que fala

Dá-se também na boca que cala

Ou no sorriso, ou gesto expresso

As palavras não falam por si

É o autor, o leitor, o texto e o contexto

Que lhes atribuem significado

É o dia, a hora, o momento

É o dito e o não dito

É no constante ressignificar das palavras

Para atribuir sentido ao desconhecido

Que se dá a leitura

Marcilene Gaspar Barros

Imagens do Seminário de Avaliação do Gestar II

Turma de Língua Portuguesa de Fortaleza com a professora Erla Delane

Micheline e Marcilene – Formadoras do Gestar II

Análise do texto “Feio, o gato”

O texto Feio, o gato mostra a história de um felino que, devido às adversidades da vida, sofrera danos que ocasionaram transformações irreparáveis em seu corpo, deixando-o com uma aparência muito feia. Algumas marcas como o fato dele ter apenas um olho, uma orelha, um toco de cauda, um defeito no pé esquerdo, resultado de uma vida difícil nas ruas, fizeram com que as pessoas não o vissem com bons olhos. Por isso, Feio era enxotado e maltratado por todos e, embora implorasse por amor, não o tinha,  pois ninguém se aproximava dele.

 Acontece que um dia Feio fora gravemente ferido pelos cães do vizinho e, após ser socorrido, não resistiu aos ferimentos e morreu. 

Narração x Argumentação

Ao analisar o texto, observa-se a predominância, inicialmente, de trechos  narrativos que conduzem o leitor aos fatos constituidores da história, com uma sequência cronológica marcada, sobretudo, pelos tempos verbais, advérbios e conjunções. No trecho “Quando eu o apanhava no colo, ele imediatamente começava a sugar minha blusa, orelhas, ou o que encontrasse pela frente”, pode-se perceber, na flexão dos verbos, além de outras marcas lingüísticas (quando, imediatamente),  uma série de ações caracterizando sequências tipológicas narrativas. Além do tempo já destacado, o texto apresenta fatos que ocorrem  em um espaço envolvendo determinadas personagens. Verificam-se ainda mudanças nesses fatos, relações de anterioridade e posterioridade, causa e efeito, como pode ser evidenciado, por exemplo, nessa parte que diz: “Um dia, Feio quis dividir seu amor com os huskies do vizinho. Eles não eram amistosos e Feio foi ferido gravemente. Do meu apartamento, ouvi seus gritos e corri para tentar ajudá-lo”.

Embora a  argumentação  permeie todo o texto, torna-se mais evidente  após a morte do gato, momento em que a autora começa a expor suas idéias, sua visão de mundo de forma mais explícita e tenta convencer o leitor sobre a validade de seus pontos de vista. A segunda parte do texto objetiva convencer o interlocutor sobre a verdade dessas idéias conforme defende a autora no seguinte trecho: “Se vocês pudessem avaliar ou sentir como é quente e gostoso o abraço de alguém feio e antipático… Se vocês se permitissem essa sensação, talvez entenderiam  e veriam os tantos “gatos feios” que a vida lhes coloca diante dos seus olhos todos os dias e vocês se negam a enxergá-los…”. A intenção de convencimento, de fazer com que o leitor acredite,  considere o que é dito, mostra-se clara nos argumentos apresentados.

Intergenericidade x Intertextualidade

A mescla entre as sequências tipológicas que compõem o  texto não é a única mistura que ocorre na sua produção. Essa mistura também acontece entre gêneros, seja quanto à forma composicional, ao conteúdo temático ou ao estilo. Isso ocorre por causa da flexibilidade dos gêneros que têm a capacidade de adaptação a toda e qualquer situação sociocomunicativa. A essa flexibilidade, alguns autores denominam de intertextualidade entre gêneros ou intergenericidade.

No caso do texto em estudo, Feio, o gato, observa-se que quanto ao tema, o próprio título já remete o leitor ao clássico de Andersen, O patinho feio, que também precisava de afeto, de carinho, mas por ser diferente não era aceito pelos demais seres da sua espécie. Uma diferença que pode ser apontada é que no final, o patinho feio consegue ser feliz por ter sido reconhecido pelos seus pares, ou seja, pelos cisnes, enquanto Feio teve um final trágico não conseguindo a aceitação, nem receber o carinho que tanto precisava.  A intertextualidade, nesse caso, caracteriza-se como a presença de outras vozes no texto, como o diálogo que se estabelece entre esses dois textos.

O propósito comunicativo da autora fez com que esta mesclasse diferentes gêneros resultando na intergenericidade. Diante disso, verifica-se que os gêneros não acatam uma classificação prévia, mas se realizam e se classificam segundo uma dada situação sociocomunicativa. Em Feio, o gato estão presentes traços característicos do conto na primeira parte do texto (narrativa linear, breve, com um só drama, um só conflito, uma única ação), enquanto na segunda parte predominam sequências do texto de opinião (exposição de idéias, presença de sequências argumentativas com intenção de convencer seus interlocutores).

Línguas: Vidas em Português

O documentário  Línguas:  Vidas em Português, com duração de 105 minutos e direção de Victor Lopes,  apresenta depoimentos e retrata um pouco da vida  de pessoas famosas  e  comuns que  pensam, agem, vivem e falam em português. São pessoas de diferentes nações que revelam características bem peculiares referentes à sua língua e à sua cultura, traço marcante da identidade de um povo.  Entre elas, podemos citar  José Saramago, Mia Couto, João Ubaldo Ribeiro e Martinho da Vila.

Dentro do universo apresentado no filme (Portugal, Moçambique, Ìndia, Brasil, França e Japão), as diversas manifestações linguísticas revelam-se na religiosidade, nas crenças, na pronúncia, no ritmo, enfim, no jeito particular de falar de cada sujeito dessa história. Ressalta-se que essas manifestações ora ocorrem através de um registro mais formal, ora são conversas mais informais de acordo com cada falante ou grupo.

Em seu depoimento, José Saramago, escritor português, declara que não há uma língua portuguesa, mas que há línguas em português.  Isso se torna evidente no decorrer do filme com as diversas falas apresentadas, tendo em vista as especificidades observadas em cada caso, dependendo do contexto sócio-histórico-cultural. Ainda nessa perspectiva, Mia Couto faz referência ao caráter dinâmico da língua portuguesa,   fazendo com que essa tome grandes proporções e, por isso, aceite muitas variações, traduza muitas culturas. Portanto, a língua  não se  constitui apenas como expressão da cultura, mas também como um forte elemento de sua transformação.

No filme, o Brasil é destacado como um país multicultural, que fala a mesma língua, mas não da mesma maneira. Para João Ubaldo Ribeiro essa pluralidade de culturas e subculturas dá-se  em virtude da nossa dimensão territorial e da nossa história, pelas influências que recebemos não só de Portugal, nosso colonizador, mas também pelas influências oriundas de outras culturas, de outros povos. A respeito das transformações ocorridas na língua, o escritor diz  que há uma verdade incontestável: se a língua não mudasse, ainda estaríamos falando latim.

Enfim, o documentário traduz um pouco da diversidade cultural e da variação lingüística de povos que, embora adotem a  língua portuguesa, têm diferentes modos de falar, visto que a língua não se manifesta em uma forma única, mas apresenta variações conforme os grupos que a usem.

GESTAR II – Momento de estudo do TP1

Caderno de Teoria e Prática 1 – Linguagem e Cultura

Autora: Maria Antonieta Antunes Cunha

O estudo do Caderno de Teoria e Prática 1 (TP1), Linguagem e Cultura, ocorreu da seguinte forma: primeiro, a critério de cada formadora, realizou-se uma leitura individual, incluindo o caderno  de Atividade de Apoio à Aprendizagem – AAA1, que fornece um banco de atividades para o professor aplicar em sala de aula. Em um momento posterior, houve uma discussão/reflexão  acerca do conteúdo estudado entre as professoras Marcilene e Ana Leonília,  que  utilizaram também  outras fontes de material complementar.  

Assim, tanto a leitura individual quanto a discussão em dupla, proporcionaram um valioso momento de aprendizado. A própria estrutura do material favorece a assimilação do conteúdo visto que, ao longo do caderno, a autora vai construindo, gradativamente, o conhecimento com o leitor. Proporcionar leitura, reflexão, elaboração e reelaboração do conhecimento, é uma estratégia que perpassa todo o conteúdo, seja através das atividades propostas, seja através das demais informações que compõem o texto. Além disso, no final de cada unidade, há um resumo das idéias principais de cada seção (cada unidade divide-se em três seções).

Portanto, a partir desse estudo, dentre outros conhecimentos adquiridos  e/ou ampliados,  podem ser destacados: a) a compreensão de que há uma inter-relação entre língua e cultura, de que a língua, apesar de manter certas regularidades,  não se mostra uniforme e única, pois  apresenta variações de acordo com diferentes grupos; b)  o reconhecimento e a valorização dos diferentes registros do português como considerações importantes  que  levam o professor a refletir sobre a  prática em sala de aula e também como usuário da língua; c) a identificação das razões do estudo prioritário de textos no ensino da língua portuguesa, tendo em vista a concepção de linguagem como processo de interação, e que, por isso, o ensino deve propiciar o desenvolvimento da competência discursiva do aluno;  e d) o reconhecimento dos traços de intertextualidade presentes na nossa interação cotidiana, entre outros assuntos.

Outro aspecto relevante observado refere-se aos temas da família e da escola apresentadas de variados ângulos   no TP1. Observa-se  que, de forma bastante apropriada, a autora faz com que eles mantenham uma relação harmoniosa com os conteúdos explorados em cada unidade, permeando todas as atividades  propostas no material.

Por último, ressalta-se que todos esses momentos dedicados ao estudo, seja dos Cadernos de Teoria e Prática  ou de outro material complementar, muito têm contribuído para a efetivação de um trabalho mais consistente em sala de aula.

Sugestão de leitura / material complementar:

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

 

Lagoa de Porangabussu

Nasci de uma inspiração divina e aqui estou

Cercada de prédios e construções

Fui acometida por males diversos

Ignoraram que eu tinha vida

E que trazia em mim, vidas

Muitos me agrediram

A ignorância do homem o conduziu a caminhos estreitos

E de mim ele não se compadeceu

Jogando sobre mim o seu lixo

Poluindo minhas águas

E matando os meus peixes

A  insensatez do homem o impediu de contemplar   momentos de pura magia

Como o sol  se debruçando sobre as minhas águas

Como a essência da vida que se manifestava em crianças que se banhavam, e  nadavam, e riam, e corriam, e  brincavam em minhas margens

Por muito tempo o homem foi meu algoz

Ele não percebeu que antes dele eu já estava aqui

E que a minha existência estava aliada a sua

Trazendo-lhe água para saciar sua sede

Purificando o seu corpo quando ele insistia em poluir o meu

Mas nem por isso desisti

E foi da consciência de alguns homens que voltei à vida

E foi das mãos desses que  renasci do lixo, da escuridão

Para dizer que em minhas águas há vida, há vida.

Marcilene Gaspar Barros

Atividades do Guia Geral

 

Revelando as concepções sobre o ensino-aprendizagem e o papel do professor

Para se analisar o processo ensino-aprendizagem e o papel do professor é necessário ter em mente os conceitos que envolvem cada um desses temas, bem como compreender as mudanças de concepções no decorrer da história de produção de saber do homem.

Inicialmente, é preciso  explicitar o conceito de processo que, conforme Saconni(1996, p.546), em uma abordagem dicionarizada, é o “desenvolvimento contínuo, evolução que envolve muitas mudanças”, enquanto a aprendizagem caracteriza-se como o processo através do qual o homem se apropria do conhecimento produzido historicamente.

Na verdade, o processo ensino-aprendizagem tem sido, ao longo dos tempos, caracterizado de diferentes formas que vão desde a ênfase no papel do professor como mero transmissor de conhecimentos, até as concepções atuais nas quais o professor é visto como mediador e que destaca o papel do educando como sujeito ativo na construção desses conhecimentos.

Nesse sentido, Cagliari (1998, p.69) destaca que  “Ensinar não é repetir um modelo até que se aprenda o que ele quer dizer. Ensinar é compartilhar as dificuldades do aprendiz, analisá-las, entendê-las e sugerir soluções.” Dessa forma, infere-se que ensinar é criar situações, promover ações visando à aprendizagem. Diante disso, o professor não pode ficar alheio aos processos envolvidos na aprendizagem dos alunos. Ele precisa compreender que a construção do conhecimento é uma atividade própria do aluno, mas isso não significa que ele não tenha uma contribuição a dar nesse processo. A sua intervenção deve ocorrer no sentido de  ajudar o aluno a progredir. Portanto,  deve planejar suas aulas objetivando colaborar  com o processo de construção de conhecimento do aluno,  mediante propostas de atividades que desencadeiem trocas de experiências, aquisição de novos conhecimentos, enfim, que promovam aprendizagem. Assim, compete ao professor estabelecer objetivos compatíveis com as necessidades  dos alunos, de modo que o aprendizado  ocorra de forma a atender as demandas sociais. É nessa abordagem que a escola justifica sua razão de ser, caso contrário, torna-se desnecessária.

Segundo Weisz e Sanchez (2004), se o professor desconhece o que o aluno pensa sobre o conteúdo que quer ensiná-lo, então no processo de ensino não pode haver diálogo e, assim, “Restará a ele atuar como numa brincadeira de cabra-cega, tateando e fazendo sua parte, na esperança de que o outro faça a dele: aprenda” (2004, p.42).  Para as autoras, o professor que pretende realizar um bom trabalho precisa se qualificar, ou seja, precisa estudar e desenvolver uma postura investigativa diante das questões de aprendizagem dos alunos.

Enfim, o professor precisa conduzir o processo de ensino-aprendizagem consciente das contínuas mudanças,  das múltiplas informações que educadores e educandos têm acesso diariamente, contemplando tanto saberes construídos historicamente quanto aqueles que estão presentes na nossa vida cotidiana e que são  necessários e significativos aos alunos.

CAGLIARI, Luiz Carlos. A respeito de alguns fatos do ensino e da aprendizagem da leitura e da escrita pelas crianças na alfabetização. In: ROJO, Roxane (Org.). Alfabetização e letramento: perspectivas lingüísticas. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1998.

WEISZ, Telma; SANCHEZ, Ana. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2004.

SACONNI, Luiz Antônio. Minidicionário Saconni da língua portuguesa. São Paulo: Atual, 1996.

 

O Gestar II, as expectativas de mudança e a especificidade do programa em cada escola

O GESTAR II, programa de formação de professores em serviço e semipresencial, busca promover uma ampla discussão culminando sempre na ação x reflexão x ação do professor. Dessa forma, pode-se afirmar que o programa efetiva-se em sala de aula, visto que os professores que dele participam estão em atividade docente. Além disso, todo o estudo e discussão dos conteúdos abordados nos cadernos de teoria e prática, visam  diretamente à sala de aula.  Aliar teoria e prática é a proposta defendida pelo programa que na própria estrutura das oficinas prevê tanto a aplicação  de atividades pelos professores em suas escolas, como a socialização desse trabalho nos encontros presenciais com o formador. Esse momento de relato do professor é bastante produtivo, sobretudo, porque proporciona a cada um que reflita sobre a sua práxis e, assim, redimensione o seu fazer pedagógico.  Por tudo isso, espera-se que haja uma mudança significativa no trabalho desenvolvido em sala de aula, e, consequentemente, no desempenho dos educandos.

Vale ressaltar que diante da especificidade do GESTAR II, que foi pensado na perspectiva de o  professor estudar, planejar atividades fazendo uso de material com uma abordagem contextualizada, com a orientação de um professor/formador, e ainda rever, repensar, refletir sobre a sua práxis, acredita-se, de fato, em um novo olhar desses sujeitos que fazem parte do programa. Para tanto, faz-se necessário que cada escola participe fazendo com que seus sujeitos atuem e contribuam para que as propostas advindas da formação possam ser implantadas com êxito, seja na sala de aula envolvendo o professor, seja em demais espaços  e envolvendo diferentes atores da comunidade escolar.

Narradores de Javé

 

Filme: Narradores de Javé

Direção: Eliane Caffé, 2004, Brasil

 

 

O filme Narradores de Javé  conta a história de um povoado que está na iminência de desaparecer do mapa em virtude da construção de uma hidrelétrica. Conhecedores da dramática situação em que se encontram, os moradores reúnem-se  para decidir sobre o que podem fazer  e, assim, tentar evitar a destruição do vale. Chegam então a conclusão de que a única  forma de preservar o local é transformá-lo em patrimônio histórico, sendo, para isso, necessário redigir um documento “científico” relatando os fatos históricos ocorridos em Javé que justifiquem sua importância e, portanto, sua existência.

Toda a história do filme é narrada por Zaqueu que tenta distrair um viajante em um bar à beira de um rio. O narrador, também   personagem, não participa dos fatos, visto que no início da história sai para comprar “encomendas” solicitadas pelos demais moradores. Diante disso, conclui-se que sua versão é fruto de uma outra versão ou, quem sabe, de outras versões, abrigando, portanto, múltiplas vozes, inclusive a do próprio narrador.

O filme revela que é diante da ameaça concreta de inundação do povoado e da necessidade de registros  escritos  para a comprovação dos fatos e, possivelmente,  conforme acreditam os moradores, manutenção do local e da história de um povo, que se evidencia a importância da escrita, até então rechaçada por algumas personagens. Dessa forma, tem início  um trabalho intenso de busca às memórias,  lembranças, enfim, do passado, de toda a história do Vale de Javé.

Para a tarefa de compilar estes fatos, os moradores recorrem a Antônio Biá, apontado pela comunidade como homem capaz de escrever o dossiê sobre o povoado, mas que vivia à margem do lugarejo, por ter se envolvido em “maracutaias”, pois, a fim de preservar seu emprego nos correios, passou a redigir cartas no nome dos moradores sem suas autorizações e após ser descoberto, foi escorraçado do povoado.

O resgate às origens de Javé caminha para a indefinição à medida que Antônio Biá  passa a ouvir os moradores de casa em casa na tentativa de colher informações para produzir uma história verdadeira, “científica”, que tenha credibilidade. O problema consiste em cada entrevistado relatar fatos diferentes acerca dos fundadores de Javé. Nisso, verifica-se um certo humor que reside no fato da tradição oral, que permeia todo o universo dos habitantes de Javé, privilegiar detalhes que favorecem a uns em detrimento de outros, conforme convém a cada habitante. Além das divergências apresentadas pelos diferentes narradores,   Biá destaca ainda um aspecto bem peculiar da escrita ao afirmar que esta  não necessariamente reflete o fato tal e qual acontecera. Para o escrivão,  “uma coisa é o fato acontecido, outra é o fato escrito”.

Por certo, o filme ratifica que não há neutralidade nos fatos narrados, sejam eles orais ou escritos, pois estes terão sempre as marcas de quem os retrata expressas por meio de crenças, visões bastante singulares. Isso é bastante evidente na história, seja no momento em que para uma moradora a fundadora e heroína do povoado seria uma mulher, Maria Bina, ou para um habitante negro que afirma ter sido um negro o fundador, e assim prossegue o enredo: cada um tem sua versão.

Outro aspecto de destaque na comunidade javélica  refere-se  à oralidade da memória, quando um narrador negro canta a história do seu herói, também negro, Indalêo. Nesse canto são pronunciadas as fronteiras de Javé e é este que legitima sua posse e não uma escritura.

Por fim, diante das inúmeras versões contadas, ou cantadas, pelos moradores, e, portanto, da impossibilidade de escrever algo memorável, capaz de justificar a preservação do Vale de Javé, Antônio Biá entrega o livro sem nenhum registro à comunidade. Indignados ,os moradores vão à procura do escrivão que  cobrado e acuado por todos no meio da rua,  sai aos berros andando de costas. Assim,  é somente no final do filme,  ao perceber a inundação do povoado que é  destruído pelo progresso, independente de sua história, da cultura de seu povo, para dar lugar à hidrelétrica, que Biá começa a registrar a história de um povo que não se apagará.

Relatórios do GESTAR

I Oficina Introdutória

Professores no I Encontro Introdutório

A I Oficina Introdutória do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II,  foi realizada em 19 de Setembro de 2009, no auditório da Secretaria Regional Executiva III – SER III, no horário de 8h às 12h.      

O objetivo principal deste primeiro encontro foi apresentar o Programa GESTAR II de  Língua Portuguesa aos professores inscritos.  

Inicialmente houve o credenciamento com a  confirmação das inscrições e a entrega do material (6 Cadernos de Teoria e Prática, 6 AAA- Cadernos de Atividade de Apoio à Aprendizagem na versão do aluno, 6 AAA- Cadernos de Atividade de Apoio à Aprendizagem na versão do professor e o Guia Geral )  contando com um total de 87 professores presentes. Em seguida, a professora/formadora Marcilene Gaspar fez a acolhida e a abertura oficial com a exibição do vídeo motivacional “Gladiador” e uma reflexão sobre o mesmo.  

Dando continuidade, o Coordenador de Ensino Fundamental e Médio da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza – SME,  professor Francisco Arlindo Araújo, fez um pronunciamento acerca da importância da linguagem, recitando um  belíssimo texto poético de sua autoria. Presentes, também, ao evento, a Chefe do Distrito de Educação / SER I, Profª Lady, a Chefe da Equipe de Ensino / SER I, Profª Regina Benevides,  além das tutoras Marcilene Gaspar, Ana Leonília, Micheline Guelry, Vanda Teresa, Morgana, Rosalina Mont’Alverne, Luiziana e Josaina Menezes.  

O Programa GESTAR II/ Língua Portuguesa foi apresentado pela professora/formadora Josaina Menezes  que passou informações e orientações acerca do Programa contidas no Guia Geral. Após a explanação, houve ainda um momento para esclarecimento de dúvidas referentes ao horário do curso, local, entre outros, sendo solicitado pelos participantes uma revisão dos dias da Formação, em virtude de divergências na divulgação feita anteriormente pela SME.   Foram, também, repassadas as relações com a distribuição das turmas para os próximos encontros, ficando determinado que os mesmos ocorreriam no Colégio Municipal Filgueiras Lima, às terças-feiras e quintas-feiras, no horário de 18h às 22h.  

O encerramento foi feito  com a leitura do seguinte texto  de Fernando Sabino:  

De tudo ficaram três coisas…
A certeza de que estamos começando…
A certeza de que é preciso continuar…
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar…
Façamos da interrupção um caminho novo…
Da queda, um passo de dança…
Do medo, uma escada…
Do sonho, uma ponte…
Da procura, um encontro!  

 II Oficina Introdutória  

Professores trabalhando em grupos

 A II Oficina Introdutória do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II, foi realizada em 08 de outubro de 2009, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h. Os participantes receberam a orientação de dirigirem-se às suas respectivas turmas, onde cada professor/formador procedeu a programação prevista na agenda.  

 Os objetivos propostos para esta segunda oficina foram: identificar os fundamentos do Programa GESTAR II e discutir os elementos que compõem a proposta pedagógica, despertando no professor o desejo de aprimorar a sua práxis.  

O encontro teve início  com a apresentação dos participantes através da dinâmica dos “marcos”, na qual cada professor relatou um marco pessoal e um marco profissional.  

Dando continuidade à oficina,  foram abordados  aspectos do Guia Geral que não tinham sido explicitados ainda, sendo acordado um contrato de convivência com a turma acerca de horário, assiduidade, intervalo, atividades e outros. Em seguida, foi apresentada a  ementa do programa de Língua Portuguesa, juntamente com a estrutura dos cadernos de Teoria e Prática(TP), o que trouxe uma maior tranqüilidade com relação a dinâmica do curso, visto que  muitas dúvidas foram esclarecidas.  

Após esse momento, foi desenvolvida  (em grupos ) uma atividade    com questões referentes às expectativas do Programa e processos de ensino e aprendizagem. Depois da socialização dos trabalhos, os professores participaram de um desafio sobre gêneros textuais, gerando um amplo debate. Além disso, a formadora realizou  uma dinâmica de motivação para o estudo da TP3, na qual todos se pronunciaram  escrevendo em uma tarjeta algo relacionado também ao tema gêneros textuais.  

O encontro foi encerrado com a leitura do texto “Desejo”, de Vitor Hugo,  e com a avaliação da oficina.  

III Oficina   

Momento de estudo e reflexão

A III Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II,  realizou-se em 22 de outubro de 2009, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

O objetivo proposto para esta  oficina  foi sistematizar  o conhecimento acerca da classificação dos gêneros textuais.  

A acolhida deu-se com a leitura do texto “Saber viver”, de Cora Coralina, seguida de algumas reflexões sobre o tema abordado.  

Em seguida, houve a retomada dos estudos realizados pelos professores das unidades 9 e 10, do Caderno de Teoria e Prática 3, sendo  observado  que alguns professores não tinham conseguido ler todo o conteúdo programado, o que gerou uma preocupação, tendo em vista a necessidade do cursista organizar o seu horário de estudo para cumprir com carga horária a distância, requisito obrigatório do Programa. No decorrer do debate, foram pontuados importantes conteúdos sobre gêneros textuais apresentados no material, bem como da relevância de sua aplicação em sala de aula.  

A apresentação das atividades desenvolvidas pelos professores em sala de aula ( Avançando na Prática ) ocorreu de forma  significativa tendo em vista que a  socialização dos trabalhos, bem como as adequações feitas diante das diferentes realidades e o resultado obtido, promoveram uma rica discussão e reflexão sobre as dificuldades e os desafios do ensino de língua portuguesa.    

Após os relatos, os professores, divididos em grupos, planejaram  atividades para aplicação em sala de aula, constituindo, mais uma vez, um momento bastante produtivo de troca de experiências.  

O encontro foi encerrado com a dinâmica de motivação para o estudo a distância do TP3, unidades 11 e 12, sobre Tipologia Textual e com a  avaliação dos trabalhos.             

IV Oficina   

A IV Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II,  realizou-se em 22 de outubro de 2009, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

O objetivo proposto para esta  oficina  foi sistematizar  o conhecimento acerca das sequências tipológicas em gêneros textuais.  

O  encontro teve início com a leitura do texto “A revolução dos campeões”, seguida de discussão acerca das dificuldades envolvendo o processo de ensino-aprendizagem  nas escolas públicas municipais de Fortaleza.  

Para fazer a retomada dos estudos das unidades 11 e 12, do TP3, referente à tipologia textual,  os professores foram divididos em três grupos, ficando cada um responsável em apresentar a síntese teórica de duas seções e comentar uma atividade previamente estabelecida. Durante a exposição das equipes, constatou-se que, mais uma vez, nem todos haviam lido o conteúdo proposto na oficina III, o que prejudicou a discussão, além do tempo insuficiente para um maior aprofundamento do assunto.  

Entretanto, as dificuldades foram minimizadas, em parte, com uma atividade de sistematização do conteúdo através de um quadro síntese contendo tipologias, características e enunciados ilustrativos e que teve a participação de todos os professores.  

Além do momento de estudo, foi dedicado um tempo para explicitar questões acerca  do potifólio, do projeto e da avaliação de entrada dos alunos que será aplicada por cada professor.  

Por último, foi exibido o vídeo “Vida Maria” com o objetivo de suscitar reflexões sobre a importância da leitura, da escrita e práticas de letramento, temas das próximas oficinas.                     

 V Oficina   

 A V Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II,  realizou-se em 19 de novembro de 2009, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

O objetivo proposto para esta  oficina  foi sistematizar  e aprofundar as reflexões sobre letramento e leitura.  

O  encontro teve início com a exibição do  vídeo “Processos de letramento”, do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, sendo apresentado apenas um recorte, em torno de doze minutos, no qual a professora Telma Weisz faz uma abordagem bastante esclarecedora acerca do tema letramento, objeto de estudo da unidade 13 do Caderno de Teoria e Prática 4 –TP4.  

A retomada dos estudos realizados pelos professores a distância (Unidades 13 e 14 do TP4 – Leitura e processos de escrita I ) prosseguiu com a leitura compartilhada do texto “Ampliando nossas referências”, de M. de L. M. Matêncio, no qual a autora faz referência a importantes aspectos relacionados à leitura, escrita e letramento. Em seguida, houve a socialização dos relatos pelos professores sobre as atividades aplicadas em sala de aula     (Avançando na Prática ) que relataram tanto aspectos positivos quanto dificuldades observadas durante o desenvolvimento das atividades. Um fato ressaltado pelo professor Joaquim Filho Lima Correia, da EMEIF   Vicente Fialho, que, segundo ele, trouxe-lhe uma certa angústia, diz respeito à aplicação do da atividade da página 80, TP4, em uma turma de 9ª série, na qual os alunos deveriam produzir um texto argumentativo e, no entanto, ao final da atividade, nenhum texto apresentou elementos persuasivos, ou seja, nenhum aluno conseguiu desenvolver a atividade solicitada.   

Após os relatos, o professor Dalmário Heitor, Coordenador do GESTAR em Fortaleza, falou sobre a avaliação de entrada, a aplicação desta pelos professores, bem como da sua importância como instrumento de diagnóstico que subsidiará a prática pedagógica de cada um. Além disso, explicitou ainda a coleta de dados que será organizada por ele e que servirá de amostra.  

 Como atividade de motivação para os estudos a distância das unidades 15 e 16 – TP4, os professores participaram de uma atividade na qual deveriam identificar procedimentos utilizados antes, durante e depois da leitura. Observou-se a dificuldade de alguns professores em separar adequadamente alguns dos procedimentos como, por exemplo, exercícios de inferências que foram colocados como procedimento realizados antes da leitura quando deveriam estar durante a leitura, visto que os alunos precisam apoiar-se  em pistas fornecidas pelo próprio texto.  

Por fim, cada professor foi convidado a produzir um pequeno texto de avaliação destacando aspectos positivos e pontos que  poderiam melhorar  o trabalho desenvolvido.      

 VI Oficina   

A VI Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II,  realizou-se em 03 de dezembro de 2009, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

Os objetivos propostos para esta  oficina  foram os seguintes: primeiro,  sistematizar  conhecimentos acerca da leitura e da produção textual, e, segundo, desenvolver uma sequência de aulas de produção textual considerando as diferentes etapas envolvidas no processo.   

A acolhida deu-se com a exibição da mensagem “O sal da terra”,  seguida de algumas reflexões. No momento seguinte, houve a retomada dos estudos realizados pelos professores das unidades 15 e 16, do Caderno de Teoria e Prática 4 – TP4, referentes à leitura e à produção textual. Para a unidade 15,  foi utilizado o texto fragmentado “No aeroporto”, de Carlos Drummond de Andrade, sendo que à medida que era apresentado um fragmento, os professores eram instigados com diferentes perguntas, antes, durante e depois da leitura. Assim, eles foram construindo o sentido do texto. Ao final, foram ressaltadas questões discutidas ao longo da unidade, tais como: a importância das perguntas como processo de intervenção do professor no auxílio à construção de sentido do texto pelos alunos, o trabalho a partir da estrutura do texto também como fator imprescindível para que os alunos compreendam  e o ler para aprender. Na unidade 16 foram destacados aspectos como: teorias e crenças que direcionam o trabalho do professor, a importância das atividades de pré-escrita, planejamento, produção e revisão, bem como as diferentes dimensões da situação sociocomunicativa  que devem ser consideradas ao se produzir um texto ( consciência da audiência, relevância do conteúdo, sequência da informação, nível de formalidade, função da comunicação, gênero que será utilizado ).   Para exemplificar melhor as dimensões citadas anteriormente, os professores redigiram um cartão de Natal destinado a um colega da turma que será entregue pessoalmente no próximo encontro, em um momento destinado à confraternização natalina da turma.  

A socialização dos relatos reflexivos e a apresentação das atividades dos alunos ( Avançando na Prática ) ocorreu de forma  bastante significativa. A professora Vera Sandra Mota Saraiva, da EMEIF Aldaci Barbosa, que aplicou a atividade da  página 172, do TP4,  destacou pontos que ela considerou importantes para discussão e reflexão: no exercício de pré-escrita, quando falaram sobre experiências pessoais, os alunos abordaram os mais diferentes temas, entretanto, no texto escrito, eles não conseguiram passar para o papel as experiências vividas e, segundo a professora,  o texto final ficou muito superficial.  Vera Sandra ratificou mais uma vez a dificuldade dos alunos na produção de textos, bem como a necessidade de promover mais atividades de escrita em sala de aula.  

Após os relatos, os professores, divididos em duplas, planejaram  atividades para aplicação em sala de aula considerando a proposta da oficina  8 – Unidade 16, sendo que metade das duplas desenvolveram sequências didáticas para trabalharem o gênero propaganda, enquanto a outra metade ficou com o gênero carta. A socialização dos planejamentos foi enriquecedora, além da valiosa troca de experiências. Observou-se ainda, durante a exposição das duplas, a dificuldade de alguns professores em planejarem obedecendo a cada etapa envolvida no processo de produção textual, sobretudo na revisão do texto.  

 Ao final, houve um breve questionamento acerca das próximas unidades, bem como  encaminhamentos para o  encontro seguinte, a entrega dos gabaritos das provas aplicadas pelos professores e a avaliação da oficina.                                        

VII Oficina    

A VII Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II,  realizou-se em 09 de dezembro de 2009, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

O objetivo proposto para esta  oficina  foi refletir sobre práticas de leitura e escrita como necessidades básicas do homem que vive em uma sociedade letrada.  

Inicialmente foi apresentado o título do filme “Narradores de Javé” para que os cursistas levantassem hipóteses a respeito do assunto que seria abordado, sendo orientados para um olhar mais direcionado à leitura, escrita e letramento, visto que, posteriormente, após a exibição do filme, haveria um debate sobre essas questões.  

Assim, o filme foi exibido seguido de amplo debate. A predominância da oralidade na comunidade, a importância da escrita em uma comunidade essencialmente oral, a relação entre oralidade e escrita, a variação lingüística, as conseqüências  dos avanços, da modernidade, a destruição de um grupo, da memória e da cultura de um povo, o poder nas mãos de quem sabe ler e escrever, foram, entre outras, questões  destacadas pelos professores durante as discussões.  

Após o debate, desenvolveu-se uma atividade em duplas com a utilização de cenas e perguntas relacionadas ao filme.  Além disso, cada dupla propôs ainda atividades que poderiam ser desenvolvidas em sala de aula com seus alunos a partir do filme. Os professores retomaram também os estudos realizados no TP4 acerca de leitura, escrita e letramento estabelecendo relações entre estes e o filme.  

Conforme acordado no encontro anterior, o momento seguinte foi destinado à confraternização natalina, com lanche e amigo secreto especial, com troca de cartões entre todos.  

Ao final, foram repassadas as informações para o próximo encontro e realizada a avaliação da oficina.  

 VIII Oficina   

 A VIII Oficina do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II, realizou-se em 07 de janeiro de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.   

Para este encontro foram propostos os seguintes objetivos: refletir sobre a elaboração do projeto e vivenciar atividades sobre coesão e coerência para aplicação em sala de aula.  

Diante da impossibilidade dos professores em aplicar o Avançando na Prática, visto que no período de 20 de dezembro de 2009 a 03 de janeiro de 2010 encontravam-se em recesso, foi planejada uma Oficina extra, contemplando dois momentos distintos: primeiro, reflexões acerca dos projetos que serão elaborados pelos professores e, em segundo, desenvolvimento de atividades sobre coesão e coerência ( introdução ao conteúdo da TP5).  

Inicialmente, foram apresentados slides do poema “A vida”, de Mário Quintana. Com a conclusão deste momento de acolhida aos participantes, realizou-se uma reflexão sobre a elaboração do  projeto  conforme orientações contidas no Guia Geral do Gestar II/ Língua Portuguesa. Em seguida houve a  socialização de experiências acerca de projetos já realizados ou em andamento nas escolas Públicas Municipais de origem dos cursistas.  

Em um segundo momento, foram  desenvolvidas atividades sobre coesão e coerência a partir do caderno AAA5, que objetivavam levar os  professores a identificarem nas imagens apresentadas, a seqüência organizada da narrativa. Para tanto, dividiu-se a turma em quatro grupos, ficando dois grupos com a tarefa de organizar as informações  que  se encontravam de forma fragmentada, resgatando o sentido dos textos e tornando-os compreensíveis, enquanto os outros grupos receberam uma relação de palavras com o objetivo de elaborar um anúncio publicitário, a fim de verificar como se constrói  a coerência no texto publicitário.  

Com o encerramento da oficina, procedeu-se uma avaliação  escrita dos trabalhos realizados (criticas e comentários) e os encaminhamentos para o próximo encontro.   

IX Oficina            

A IX Oficina do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II, realizou-se em 21 de janeiro de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.   

Os objetivos proposto para este encontro foram: analisar a construção da coerência em textos variados e refletir sobre alguns recursos expressivos presentes nos textos.  

Iniciou-se o encontro com o poema “Soneto de Fidelidade”, de Vinicius de Morais, apresentado em slides, tendo ao fundo a música “Eu sei que vou te amar”, interpretada por Tom Jobim. Após a acolhida, foram formados quatro grupos, sendo que dois grupos realizaram a atividade “A poesia na música”, do caderno AAA5 (p.18 a 20) e os outros dois, elaboraram uma atividade  a partir do texto publicitário “casa”, constante no TP5 (p. 89 e 90). A culminância desta atividade constam da apresentação dos grupos, adjetivando-se (1) conhecer os  estilos textuais, a saber, as diferenças e semelhanças que definem as opções feitas pelo autor na produção do texto e (2) refletir sobre a coerência ligada a um gênero de texto que depende da “colaboração” do leitor para ser eficaz, adequado, bem formado.  

A retomada dos estudos referentes às unidades 17 – Estilística e 18 – Coerência Textual procedeu-se concomitante às apresentações das atividades desenvolvidas pelos professores.  

Nesta oficina, oportunizou-se aos participantes a socialização de relato de experiências de projetos vinculados aos temas estudadas, tendo a professora  Maria Nilce da Silva Ferreira apresentado o seu trabalho.  

Na conclusão da oficina foram realizadas esclarecimentos acerca dos relatos reflexivos, produzidos pelos professores em seus relatórios de aplicação da atividade Avançando na Prática.  

Este momento deu-se em virtude da necessidade observada pela formadora, diante da analise dos referidos relatórios. Em seguida, aplicou-se a avaliação escrita e foram dados os encaminhamentos para o próximo encontro.  

  X Oficina         

A décima Oficina do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II realizou-se em 04 de fevereiro de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.   

O objetivo proposto para esta oficina foi consolidar as reflexões provocadas pela leitura e o desenvolvimento das atividades indicadas nas unidades estudadas sobre coesão textual e relações lógicas no texto.  

O encontro iniciou-se com a exibição do vídeo motivacional “O ponto”, proporcionando um momento de reflexão e acolhida aos participantes. Logo após, houve a retomada dos estudos referentes às unidades 19 – Coesão Textual – e 20 – Relações Lógicas no Texto – através de uma síntese teórica apresentada no data show.  

 A socialização dos relatos   a partir das atividades aplicadas pelos professores  foi  significativa tendo em vista a contribuição do grupo que sugeriu adequações, atividades de intervenção, entre outras, objetivando a melhoria da prática pedagógica de cada  professor.  Como exemplo da atividade aplicada em sala de aula, a professora Elinete, fazendo uso de uma atividade constante no Caderno de Teoria e Prática, página 82. ( montar quebra-cabeças com palavras que formam orações ) solicitou aos seus alunos a ordenação de orações extraídas de jornal. Entretanto, observou que alguns não conseguiram a sequência correta demonstrando que  não se detiveram em aspectos simples no momento de estruturar as orações, como por exemplo, o uso de letras maiúsculas no início do texto. Foi sugerido à professora retomar a atividade para refletir com os alunos acerca da coesão e coerência necessárias à produção textual.  

Dando prosseguimento,  realizou-se a atividade prática, na qual os professores, dispostos em círculo, foram convidados a produzir um texto coletivo com o tempo cronometrado pela formadora que o fazia através de intervalos curtos ao som de uma música. A cada interrupção da música os professores paravam o texto e o passavam ao colega da direita. E, assim sucessivamente até que o mesmo chegasse ao professor que o havia iniciado. Ao dar continuidade ao texto, cada professor deveria estar atento aos aspectos relacionados à coesão e coerência textuais. Após a escrita, cada um leu sua produção enquanto a formadora fez considerações a respeito de elementos coesivos, relações lógicas  presentes nos textos, bem como sugestões de intervenção para aplicação da atividade em sala de aula.  

Ao final do encontro, aplicou-se a avaliação e foi exibido o vídeo “Ai se sêsse”, do poeta Zé da Luz, declamado pelo grupo Cordel Fogo Encantado, como motivação para a próxima oficina cujo tema será Variação Lingüística.  

 XI Oficina  

 A XI Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II  realizou-se em 25 de fevereiro de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

O objetivo proposto para esta  oficina  foi refletir sobre normas e usos da língua, buscando compreender como essas variantes são efetivadas em nossa ação cotidiana.  

Inicialmente, houve a acolhida aos professores com a música “Vaca Estrela, Boi Fubá”, de Patativa do Assaré, interpretada por Fagner, escolhida, especialmente, em virtude da temática que será abordada: Variação Linguística.  

Para retomar os estudos a distância sobre o Caderno de Teoria e Prática 1 – Linguagem e Cultura – referentes às unidades: 1 – Variantes linguísticas: dialetos e registros  e 2 – Variantes linguísticas: desfazendo equívocos, foi apresentada uma síntese teórica do conteúdo, acrescida de reflexão coletiva do grupo sobre duas atividades com enfoque na variação linguística. A primeira atividade consistiu em destacar uma mesma informação utilizando diferentes linguagens, enquanto a segunda ressaltou problemas de comunicação entre dois interlocutores que tentam se comunicar através de cartas usando variações linguísticas distintas, o que impede a compreensão de ambos. Ainda nesse sentido, foi promovida uma discussão/reflexão acerca dos mitos da língua portuguesa, abordados no livro Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno, o que proporcionou um rico debate. A ampla participação dos professores que se posicionaram sobre os diferentes dialetos utilizados pelos brasileiros, ressaltando, inclusive, o uso da norma culta como uma variação da língua foi muito produtivo, embora outros  tenham defendido  o ensino da norma padrão como prioritário.  

O momento seguinte foi destinado à produção de material destinado à aplicação em sala de aula. Para isso, os professores, divididos em quatro grupos, planejaram uma aula com a atividade “Existe linguagem errada?”  e, em seguida, socializaram com a turma, apresentando todas as adequações necessárias à sua realização.  

Após a explanação de cada  grupo  e as observações acerca das atividades planejadas, a formadora socializou um projeto interdisciplinar desenvolvido em uma escola  pública estadual sobre intertextualidade.  

O encontro foi encerrado com a avaliação e com a música Monte Castelo, do Legião Urbana, como motivação para a próxima oficina que tratará dos  seguintes temas: O texto como centro das experiências no ensino da língua e Intertextualidade.  

XII Oficina  

A XII Oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II  realizou-se em 11 de março de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

Os objetivos propostos para esta  oficina  foram: (1) rever e  sistematizar  as informações essenciais em torno do uso do texto no ensino da língua  (incluindo a intertextualidade), e (2) avaliar a prática docente, com relação a atividades ligadas à leitura e à produção de textos.  

A acolhida deu-se com a exibição do vídeo “A cigarra e a formiga”,  seguida de algumas  reflexões acerca do final da fábula, bem como o uso desse tipo de texto para o trabalho em sala de aula..  

A retomada dos estudos realizados pelos professores a distância referente às unidades 03 e 04, do Caderno de Teoria e Prática 1 – TP1,  Linguagem e Cultura, ocorreu mediante a exploração de atividades retiradas do TP1,  ressaltando sempre o texto como unidade significativa para o ensino-aprendizagem da língua portuguesa. De cada seção foram utilizadas atividades  do conteúdo estudado, como frases de pára-choque de caminhões, conversas informais, anúncios publicitários, além de textos do livro “O carteiro chegou”, de Janet e Allan Ahlberg.  

No momento seguinte, destinado à  socialização dos relatos das atividades aplicadas em sala de aula, o professor Joaquim Filho apresentou o trabalho desenvolvido por ele sobre intertextualidade, no qual os alunos  do 8º ano produziram paródias usando músicas conhecidas. Conforme o professor, durante a atividade, a turma  mostrou-se motivada e participativa e o resultado foi muito positivo, não só pelas produções, mas por todo o processo de elaboração do conhecimento que envolveu também pesquisa.  

Dando prosseguimento à oficina, os professores, em grupos, planejaram duas atividades para aplicação, sendo que optaram entre duas propostas: a primeira, desenvolver uma aula de leitura e escrita com o texto “A língua”, fábula de tradição judaica, relacionando-a com o assunto estudado nas unidades;  e a segunda, elaborar uma atividade de leitura e produção textual a partir do poema “Desejo”, de Vitor Hugo, e da música “Amor pra recomeçar”, do Frejat, ressaltando a intertextualidade. A socialização dos trabalhos foi enriquecedora considerando todos os aspectos destacados, a saber: objetivos delineados, conteúdos  abordados, metodologia adotada, recursos e avaliação, além das sugestões e adequações propostas pela formadora e pelos professores.  

Por último, discutiu-se o novo cronograma  antecipando o final da formação para o dia 10 de junho de 2010, fez-se referência ao conteúdo que será  tema do próximo encontro e aplicou-se a avaliação da oficina.  

XIII Oficina    

A XIII Oficina do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II realizou-se em 25 de março de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.   

Professoras Iara, Alcione e Ângela

Os objetivos propostos para este encontro foram: (1) identificar e analisar diferentes argumentos que sustentam uma argumentação textual; e (2)  identificar estratégias relacionadas ao planejamento e à revisão durante a escrita de textos.  

Para iniciar o encontro, fez-se a acolhida aos professores mediante a exibição do vídeo “As melhores propagandas brasileiras”, objetivando refletir com a turma sobre o poder persuasivo da propaganda, estabelecendo, dessa forma,  relação com o conteúdo estudado na unidade 21 do caderno de teoria e prática 6 – TP6.  

A retomada dos estudos referentes às unidades 21 – Argumentação e linguagem – e 22 – Produção textual: planejamento e escrita – ocorreu em dois momentos distintos: primeiro, houve a discussão/reflexão do conteúdo da unidade 21 a partir da resolução de atividades, bem como explicações referentes a aspectos singulares do texto argumentativo, enquanto para o assunto da unidade 22 foram lidas e ressaltadas, pela formadora e pelos professores, informações  sobre estratégias, atividades de pré-escrita e planejamento do trabalho de escrita. Nesse momento, os professores destacaram etapas necessárias  ao trabalho, bem como refletiram acerca de atividades de escrita que não se desenvolvem contemplando as devidas etapas do processo, comprometendo, portanto, todo o trabalho subseqüente.  

O momento seguinte, destinado ao planejamento e socialização de atividades para aplicação em sala de aula, foi significativo, pois os professores, divididos em grupos, elaboraram planejamentos envolvendo a produção textual explorando a argumentatividade no  gênero anúncio publicitário. Além disso, durante a apresentação dos trabalhos, houve a explicitação de todas as etapas  que deveriam fazer parte de cada aula, contemplando tanto estratégias  que precedem  à produção e aos exercícios de pré-escrita, quanto o exercício de planejamento do texto em si.  

Após as reflexões e ponderações, foram repassados informes sobre a elaboração dos projetos, das atividades que cada cursista deverá colocar no portfólio e das oficinas finais de avaliação.  

Por fim, os professores avaliaram o encontro e  foram definidas as duplas para apresentação do conteúdo da próxima oficina: O processo de produção textual: revisão e edição ( Unidade 23 ); e Literatura para adolescentes ( Unidade 24 ).  

XIV Oficina   

 

Marcilene e o Coordenador do GESTAR em Fortaleza Heitor Abreu

   

A XIV oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II  realizou-se em 08 de abril de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

Para este encontro foram propostos os seguintes objetivos: (1) apresentar os resultados da avaliação de entrada; e (2) fazer um estudo dos acertos e dos erros observados nos resultados das avaliações.  

A acolhida deu-se com uma mensagem sobre a Páscoa, seguida de uma socialização dos planejamentos desenvolvidos na última oficina pelos professores. Fez-se ainda referência a Bienal do livro, realizada de 9 a 18 de abril de 2010, no Centro de Convenções, em Fortaleza.  

O momento seguinte foi destinado à apresentação dos resultados da Avaliação de Entrada pelo coordenador do GESTAR em Fortaleza, professor Heitor Abreu. Esse trabalho foi significativo tendo em vista que forneceu dados sobre as turmas avaliadas e, a partir deles, os professores puderam refletir sobre a realidade posta e, assim, pensar em estratégias para redimensionar a prática pedagógica. À medida que os resultados eram apresentados, alguns professores se pronunciavam com observações acerca das especificidades de cada turma, de cada escola. Isso foi produtivo sobretudo porque houve uma ampla contextualização de toda a diversidade envolvendo as turmas/escolas, os inúmeros problemas que interferem no desempenho dos alunos, conforme dados obtidos.  

A análise das questões com maior incidência de acertos e de erros foi de muito aprendizado. Verificar os descritores que visam à avaliação de diferentes competências do educando e refletir sobre as prováveis hipóteses sobre o porquê dos erros/acertos em determinadas questões das provas fez com que pensássemos, mais uma vez,  sobre o que, de fato, deve ser  prioridade no ensino da língua.  

Após a explanação do professor Heitor,  foram discutidas questões sobre a aplicação das provas e os resultados, bem como sobre a intervenção dos professores diante desses dados.  

O encontro foi encerrado com a avaliação e com os encaminhamentos para a próxima oficina  que abordará assuntos referentes à produção textual e à literatura para adolescentes.  

XV Oficina   

A XV oficina  do Programa Gestão da Aprendizagem  Escolar – GESTAR II  realizou-se em 22 de abril de 2010, na Escola Municipal Filgueiras Lima, no horário de 18h às 22h.  

Para este encontro foram propostos os seguintes objetivos: (1) rever as questões principais da escrita e da reescrita de textos; (2) rever e sistematizar as informações e discussões essenciais em torno da literatura para adolescentes; e (3) planejar e desenvolver atividades de leitura para alunos adolescentes.  

A acolhida ocorreu mediante a escuta do conto Medo, de Cora Coralina.  

A retomada dos estudos das unidades 23 – O processo de produção textual: revisão e edição, e 24 – Literatura para adolescentes, do Caderno de Teoria e Prática 6 – TP6, foi realizada pelos professores que estudaram e apresentaram à turma todo o conteúdo. Esse momento, embora tenha se alongado bastante, foi muito significativo tendo em vista a leitura mais aprofundada e a apropriação dos conteúdos abordados, além do amplo debate promovido pelos professores. Os depoimentos  ilustrativos acerca de trabalhos de leitura e produção textual revelaram um bom percurso trilhado pelos educadores e que precisa ser sedimentado por todos.  

Nessa oficina não tivemos relatos de atividades porque os professores estão em recesso  e só retornarão às unidades escolares no próximo dia 26 de abril quando iniciarão o ano letivo de 2010.  

Quanto ao momento de planejamento de atividades para aplicação em sala de aula, foi parcialmente realizado em virtude do tempo exíguo e do fato da maioria dos professores não ter levado o material solicitado, ou seja,  obras literárias disponíveis nas escolas que pudessem ser lidas pelos alunos de 6º ao 9º ano. Houve apenas um breve momento em que os professores, divididos em grupos, discutiram sobre possibilidades de atividades que poderiam ser desenvolvidas objetivando motivar os alunos para a leitura.  

Por último, aplicou-se a avaliação e foram repassados os encaminhamentos para o próximo encontro no qual estudaremos os seguintes assuntos: “Gramática: seus vários sentidos” e “A frase e sua organização”.  

Professoras Nilce e Alcione falando sobre refacção textual

XVI  Oficina  

Em 06 de maio de 2010 realizamos nossa XVI oficina de língua portuguesa, cujos objetivos foram: (1) esclarecer dúvidas e sistematizar as informações dos pontos principais das unidades em estudo e (2) aperfeiçoar o planejamento e a execução de atividades de leitura, produção textual e análise lingüística.  

Para a acolhida aos professores foi utilizado o vídeo “Assaltaram a gramática”, do grupo Paralamas do Sucesso. A exibição de placas escritas em desacordo com a norma padrão desencadeou a discussão/reflexão acerca das diferentes concepções de gramática abordadas no Caderno de Teoria e Prática 2 – TP2. Diante disso, a formadora deu continuidade ao encontro expondo uma síntese teórica das unidades 5 – Gramática: seus vários sentidos e 6 – A frase e sua organização e contextualizando os conteúdos através da análise/reflexão de atividades.  

Após a explanação, a professora Diomar Bezerra Lima apresentou o relato da atividade desenvolvida com seus alunos referente ao Avançando na Prática da página 17, TP2, sobre o uso do verbo ter. Segundo a professora, inicialmente, os alunos realizaram diferentes leituras de jornais destacando o uso do verbo ter. Informou ainda que houve ampla participação e que ao final  os alunos produziram frases com os verbos ter, haver e existir.  

O momento seguinte foi destinado ao planejamento. Assim, os professores, divididos em grupos, elaboraram atividades de interpretação, produção textual e análise lingüística a partir do texto  “Maria e Pedro na cova do vento”, de Maria Clara Machado, e do poema “Quatro”, de Leo Cunha. Diante das atividades apresentadas, foram sugeridas adequações tendo em vista os objetivos propostos, séries/turmas em que seriam aplicadas, entre outros aspectos.  

Por fim, os professores avaliaram a oficina e foram informados sobre as unidades que deveriam ser estudadas a distância.  

XVII  Oficina  

 Em 20 de maio de 2010 realizamos a XVII oficina de língua portuguesa, sendo propostos os seguintes objetivos: (1) rever e sistematizar as informações essenciais em torno da arte e da linguagem e (2) planejar e socializar atividades de leitura para adolescentes.  

A acolhida aos professores ocorreu mediante a leitura do texto Píramo e Tisbe ( Edith Hamilton, mitologia Greco-latina ).  

Para retomar o estudo realizado a distância pelos professores, foram discutidas algumas atividades tanto da unidade 7 – A arte: formas e função, quanto da unidade 8 – Linguagem figurada. Identificar a arte no cotidiano, bem como suas diversas funções são aspectos relevantes que devem ser objeto de reflexão dos professores, tendo em vista que cabe também à escola promover o contato do educando com as diferentes manifestações da arte. Além disso, é importante reconhecer que fazemos uso da linguagem figurada em diferentes situações sociocomunicativas.  

No momento seguinte, a professora Iara apresentou o relato de sua experiência em sala de aula com a aplicação da atividade da página 51, do caderno de teoria e prática 2, na qual os alunos leram o texto Parceria e, em seguida, produziram textos, gênero bilhete. Conforme a professora, a atividade não foi fácil, pois nem todos os alunos gostaram e quiseram trocar os bilhetes em sala.  

A atividade de planejamento a partir de uma obra literária deu-se da seguinte forma: (1) organização dos professores em grupos; (2) socialização dos livros por série; (3) discussão sobre a qualidade do livro, bem como sua adequação para a série e (4) planejamento de uma atividade de incentivo à leitura de um livro.  

Durante a socialização dos planejamentos a formadora e os demais professores fizeram observações objetivando aprimorar as atividades para aplicação em sala de aula.  

Ao final, os professores avaliaram a oficina e foram dados os encaminhamentos acerca do encontro seguinte, que seria uma aula de campo na qual a turma teria contato com diferentes equipamentos culturais, bem como dos dois seminários de avaliação dos professores.  

XVIII   Encontro – IV Oficina Extra  

Data: 27/05/2010  

Horário: 18h às 22h  

Local: Casa de Juvenal Galeno e Theatro José de Alencar  

“Visita cultural à Casa de Juvenal Galeno e ao Theatro José de Alencar”  

Casa de Juvenal Galeno

Theatro José de Alencar (camarins)

O XVIII encontro realizou-se em 27 de maio de 2010, de 18h às 22h, na Casa de Juvenal Galeno e no Theatro José de Alencar.  

Para este encontro foram delineados os seguintes objetivos: (1) promover o contato dos professores com equipamentos histórico-culturais e (2) refletir sobre a arte e suas diferentes funções, bem como sobre a importância desta na formação integral do ser humano.  

Para alcançar os objetivos propostos cumpriu-se a seguinte agenda:  

  • Concentração em frente ao Theatro José de Alencar, acolhida e aquisição de ingressos (18h);
  • Visita à Casa de Juvenal Galeno (18h20min), retorno ao Theatro José de Alencar (18h50min);
  • Concerto Solidário da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho (19h);
  • Visita guiada ao Theatro José de Alencar (20h30min) e encerramento.

Após a concentração em frente ao Theatro, dirigimo-nos à Casa de Juvenal Galeno, onde fomos recepcionados (as) pelo bisneto do Poeta que dá nome a Casa, Antônio Galeno, que nos apresentou relevantes fatos históricos acerca de: a vida e a obra de Juvenal Galeno, sua importância para a projeção da cultura popular e do sertanejo, os intelectuais da época que se encontravam na Casa, o mobiliário do início do século passado, as esculturas, e o acervo bibliográfico do Poeta, os espaços, os eventos e os cursos que ocorrem no local, entre outros.  

Em seguida, prosseguimos com a apreciação do Concerto da orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho sob a regência do maestro Vasquez Fermannian com instrumentos de cordas, apresentando repertório de Alberto Nepomuceno e Heitor Villa Lobos. O espetáculo foi emocionante e aplaudido de pé por todos os espectadores.  

Terminado o espetáculo, o senhor Magela conduziu todo o grupo às dependências internas do Theatro. Conhecemos, também, os porões e o jardim do local, onde pudemos apreciar as exposições de telas de artistas cearenses. Nos jardins tivemos oportunidade de ouvir fatos curiosos acerca do Theatro, como, por exemplo, a lenda da Bailarina Fantasma que, inclusive, deu origem a um livro da escritora cearense Socorro Aciolly.  

Esse encontro foi o ponto alto da formação, considerado um momento de apreciação à arte, de deleite, de socialização, de contemplação ao belo. Na avaliação dos participantes percebemos o prazer favorecido pelo contato com esses bens culturais, tão importantes e necessários à formação humana e sócio-cultural do professor. Emocionante, inesquecível, BRAVO !!!  

XIX e XX Encontros – Seminários de Avaliação  

 Local: Colégio Municipal Filgueiras Lima  

Data: 10/06/2010 e 17/06/2010   

Horário: 18h às 22h  

 Objetivos:  

  •  Apresentar os projetos desenvolvidos durante o curso;
  • Refletir sobre ensino e aprendizagem de língua portuguesa na perspectiva do GESTAR II considerando as mudanças verificadas na prática pedagógica do(a) professor(a) cursista.

Acolhida: Apresentação de slides da oficina extra na casa de Juvenal Galeno e no Theatro José de Alencar. 

 Apresentação dos projetos – 10/06/2010 

 

Professora Alcione

Professora: Alcione Maria Barbosa Pimentel 
Tema: Hino Nacional  

Objetivo geral: Estudar mais profundamente a letra do Hino Nacional Brasileiro. 

Local/série de aplicação do projeto: CMES Professor Monteiro de Moraes – 6º ano.  

Professora Elinete

Professora: Elinete Fortunato Da S. Mendonça  

Tema: Análise das relações de poder e ideologias presentes em anúncios publicitários   

Objetivo geral: Analisar as relações de poder e ideologias presentes no gênero anúncio publicitário, a fim de ampliar a visão de mundo pelos alunos.  

Local/série de aplicação do projeto: EMEIF JOSÉ AYRTON TEIXEIRA – K 5 (8° E 9°).  

Professora Nilce

Professora: Maria Nilce da Silva Ferreira  

Tema: O mundo digital mediando conhecimento  

Objetivo geral: Aprimorar nos alunos competências leitora, em ambientes discursivos diversificados.  

Local/série de aplicação do projeto:  

Professora Vera Sandra

Professora: Vera Sandra Mota Saraiva  

Tema: Leitura persuasiva como conscientização de valores e   cidadania.  

Objetivo geral: Refletir e realizar atividades de leitura, análise e interpretação de textos persuasivos em “debates”,nas salas de aula da escola EMEIF Professora Aldaci Barbosa,para analisar e propor ações  educativas interdisciplinares sobre valores humanos.  

Local/série de aplicação do projeto: EMEIF PROFESSORA ALDACI BARBOSA – 6ª Série.  

 

Apresentação dos projetos – 17/06/2010  

 

Professora Diomar

Professora: Diomar Bezerra Lima  

Tema: O trabalho de leitura, escrita e oralidade com gêneros literários.  

Objetivo geral: Desenvolver competências de leitura, escrita e oralidade, aproximando outras disciplinas no trabalho interdisciplinar.  

Local/série de aplicação do projeto: CMES Professor Anísio Teixeira – 6º e 7º anos.  

Professora Ângela

Professora: Ângela Maria Eugênio Lopes  

Tema: Culinária popular do Nordeste  

Objetivo geral: Conhecer as origens e as práticas culinárias populares do Nordeste.  

Local/série de aplicação do projeto: EMEIF Nilson Holanda – EJA II.  

Professor Joaquim

Professor: Joaquim Filho Lima Correia   

Tema: Lendo e criando se aprende  

Objetivo geral: Promover a leitura crítica do aluno e uma maior proximidade com o veículo informativo jornal.  

Local/série de aplicação do projeto: EMEIF Vicente Fialho – 8º ano.  

Professora Iara

Professora: Iara Cavalcante Cruz  

Tema: A crônica no ambiente escolar   

Objetivo geral: Despertar nos educandos o prazer pela leitura e o gosto de perceber, através do texto narrativo crônica, as presenças do tempo e do espaço no texto para que comecem a ter uma visão mais critica do mundo ao seu redor, tornando-se, dessa maneira, leitores assíduos da biblioteca e, principalmente, da sala de aula.  

Local/série de aplicação do projeto: E.M.E.F Marieta Guedes Martins – 8º ano.  

Professora Valderez

Professora: Valderez Mota de Albuquerque  

Tema: Produção de gêneros textuais a partir de narrativas ficcionais dos paradidáticos.  

Objetivo geral: Desenvolver no aluno a compreensão de textos escritos narrativos ficcionais quando do uso de livros paradidáticos e a partir daí ser capaz de transformar esses textos em diferentes gêneros textuais, interpretando-os corretamente, desenvolvendo habilidades de reflexão e argumentação.  

Local/série de aplicação do projeto: EMEIF Cônego Francisco Pereira da  

Silva – 9º ano.  

 Considerações sobre os projetos  

 Os  projetos apresentados pelos professores abordaram questões bastante relevantes, a saber: (1) gêneros textuais e incentivo à leitura correspondendo ao conteúdo proposto pelo programa; (2) a interdisciplinaridade consubstanciada nas ações realizadas pelos cursistas que conseguiram envolver professores de outras áreas tendo como foco a leitura como compromisso de todas as áreas; (3) reflexões acerca do planejamento  de ações de leitura, análise linguística e produção textual; e (4) socialização e troca de experiências exitosas  e significativas aos alunos.  

Após a exposição dos trabalhos, como aspectos complementares, sugerimos: (1) necessidade de aprimorar e ampliar alguns projetos; (2) temas amplos que precisam ser delimitados; (3) revisão de alguns projetos por não apresentaram nem a situação-problema nem a fundamentação teórica, apesar de toda orientação no momento de elaboração e revisão do mesmo.   

 Diante do exposto, acreditamos que  a aplicação dos referidos projetos devem proporcionar um trabalho bastante produtivo em sala de aula, tendo em vista os objetivos propostos referendarem situações concretas de uso da língua.